The Dream.

Era noite cerrada, a lua mostrava toda a sua beleza no céu negro e reflectia a sua linda imagem no mar sereno. Estava uma temperatura agradável e a rapariga só tinha uma manta sobre as costas. Tinha sido ele a colocá-la, visto que sempre foi um verdadeiro cavalheiro. No inicio dessa praia estava a decorrer uma festa mas aqueles dois sempre gostaram de paz à sua volta e por isso foram para a areia no fundo da praia para puderem estar à vontade e sem o som e luzes daquela festa. Sentaram-se na areia e ao inicio não falaram. Acontece muito isso quando duas pessoas são tímidas. A rapariga deitou-se na areia, enrolada no cobertor que ele tinha-lhe posto sobre as costas e por momentos fechou os olhos. Ela sentia a verdadeira paz, ouvia o barulho do mar e sentia o aroma do rapaz. Quando abriu os olhos viu a expressão dele. Ele, olhara para o mar, mas muito sereno. Sempre me cativou aquela maneira de olhar. A rapariga esboçou um sorriso e olhou para as estrelas, pois para ela era das melhores visões que havia. O rapaz olhou para a rapariga e deitou-se ao lado dela. Permaneceram em silêncio e com o olhar fixo nas estrelas. Ela sentia uma verdadeira paz quando estava com ele, e ela sabia que ele iria sentir o mesmo. Não sabiam o tempo que iriam ficar ali, não sabiam o tempo que iriam esperar para um deles falar. Já tinham passado mais de uma hora e o silêncio permanecia. Notava-se no rapaz algo de ansiedade e na rapariga algo de incerteza. Ele, cansado de estar deitado na areia húmida, voltou a sentar-se. Ela, naquele momento achava que ele iria voltar para a festa. Ele virou a cara para a rapariga, que esboçou um sorriso, pois sabia que ele adorava.

- Tenho algo a contar-te! – virou-se o rapaz em tom sério.

- Se calhar esta não é a altura certa, Peter, é tarde e se for importante podemos sempre falar amanha, eu envio-te uma mensagem! – disse a rapariga em tom de incerteza.

- Eu sinto que é a altura certa Marie. Já esperei muito para te dizer isto. Não quero ser como todos os rapazes que dizem por mensagens. Quero ver os teus olhos, a tua reacção, o teu sorriso, quero que isto aconteça cara-a-cara!

Nesse momento, a rapariga começou a ficar com medo do que seria o assunto, ela via na expressão do rapaz algo que não seria de bom agrado, ele estava tenso e ela tinha receio de sair magoada ao fim daquela conversa.

- Se achas que é a altura certa, Peter, podes contar! – a voz tremeu-lhe e ela tentou controlar os seus nervosinhos.

- Eu sei que isto não está correcto, nem sei como foi acontecer, mas ninguém manda no coração. Era bom se isso acontece-se, assim ninguém sofria. Mas Marie…

Nesse momento a rapariga levantou-se e sentou-se a lado dele e passou-lhe a mão na face.

- Peter, eu sou tua amiga, eu gosto imenso de falar contigo, como te disse, tu transmites-me uma paz interior, é óptimo estar contigo. – disse a rapariga num tom de coragem.

- Deixa-me acabar Marie. Eu sinto o mesmo quando estou contigo e falo contigo. Mas o mal não é esse. Eu apaixonei-me perdidamente por ti, mas tu sabes que a distância não ajuda em nada, e eu sei que também não sentes o mesmo.

A rapariga ficou surpreendida com aquela declaração e baixou o olhar mas esboçou o típico sorriso que ele adorava ver. Ele estava nervoso, tinha medo de ter estragado uma linda amizade por causa de uma amizade.

- Peter, eu… eu… estou sem palavras – e umas pequenas lágrimas correram-lhe pela face enquanto esboçava o mesmo sorriso.

- Marie, não era minha intenção ficares neste estado. Mas sempre pediste-me para eu ser sincero e eu estou a sê-lo.

- Peter, mas eu… eu também estou completamente apaixonada por ti, já não consigo deixar de pensar em ti. Já fazes parte de mim.

Naquele momento, os dois olharam-se fixamente e ele passou a mão na face da rapariga, ela continuou a sorrir-lhe. Beijaram-se e sabiam que por tudo o que passassem o sentimento era mútuo.

(O nome das personagens é ficticio)