Woman's diary part 9

Querido Diário,

Estes dias têm sido muito complicados. Neste momento digo que a vida me pregou uma partida pois estava a viver o auge da minha felicidade, o inicio do meu casamento, e aconteceu o que aconteceu com o meu tio. Eu amava-o, no sentido de amor paternal, porque como disse ele era como um segundo pai para mim. O meu marido acha que devo tomar calmantes para conseguir dormir durante a noite e sei que a minha dor causa-lhe sofrimento, vejo nos olhos dele que ele preocupa-se comigo o que lhe faz sofrer. Os meus dois melhores amigos e o meu marido têm sido os meus grandes apoios, é neles que eu arranjo maneiras de enfrentar a verdade. Hoje tive que voltar ao trabalho, não podia ter a clínica mais tempo fechada, já que quando se tem um negócio tem se que estar presente para funcionar. Consegui, enquanto trabalhava, ocupar a cabeça mas sentia o coração chorar. O meu marido foi-me buscar à clínica. Quando saí da clínica já era noite, já que agora escurece muito cedo. Ele estava encostado no carro, segui caminho ao encontro dele e as lágrimas voltaram a cair até que senti o abraço dele e a minha cara foi de encontro ao tronco dele. Sentia o batimento do coração dele enquanto ele me passava a mão pelo cabelo. Ele segurou-me a cara com as suas mãos e disse que me amava, e que ver-me sofrer fazia-o entristecer. Limpei as lágrimas e esbocei um sorriso e entrei no carro. Fomos jantar fora, pois ele queria que eu ocupasse a cabeça e eu percebi que ele estava a esforçar-se para eu sorrir, ao fim ao cabo estamos nas primeiras semanas de casados. Chegámos à pouco a casa, a Happy anda sempre atrás de mim, pois ela pressente quando estou triste. Fui tomar um banho e ela esteve sempre no tapete da casa-de-banho. Agora vou-me deitar ao lado do meu marido e ver televisão e tentar adormecer agarrada a ele.